Durante a segunda guerra mundial, foram feitos vários estudos, por meio da geometria e da estatística, para entender a configuração ideal de lançamentos de bombas pelos aviões aliados. Dessa forma, se resolve o problema do ataque, mas não o da defesa, a questão é: como se prevenir que os aviões sejam abatidos?
Um dos responsáveis por responder essa pergunta foi Abraham Wald, um matemático judeu de origem romena, que emigrou que emigrou para os EUA com a família para escapar da perseguição nazista. Em suas visitas a campo, Wald observou os aviões que voltavam de combate, para ver o tipo de estrago causado durante as missões.
Por meio de análises dos padrões dos danos, Wald percebeu que a maioria deles se localizava nas asas, na cauda e no centro da fuselagem. Sabendo-se disso ele precisava determinar, posteriormente, onde a blindagem deveria ser reforçada, de modo a proteger a aeronave sem comprometer sua performance e estabilidade.
A maioria dos oficiais presentes, sugeriram revestir as áreas afetadas com chapas de aço, de modo a resistir melhor aos ataques inimigos. Porém Abraham Wald foi contra a ideia, porque percebeu uma importante falha no julgamento de seus colegas.
Para Wald, a conclusão estava incorreta porque aqueles aviões haviam retornado à base, apesar de terem sido atingidos nos locais identificados. Isto significava que aquelas partes – asas, cauda e centro da fuselagem – resistiram aos tiros e, portanto, não precisavam ser reforçadas.
Se a observação não era capaz de identificar quais as áreas que não resistiram aos danos, causando a queda do avião, era porque aqueles aviões que sofriam tais danos caíam. Dito de outra forma: você não precisa consertar o sobrevivente (porque ele sobreviveu!), mas ele dá poucas pistas sobre os reais motivos de os outros não terem sobrevivido.
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